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A saga dos Martins The Martins Saga

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 A saga dos Martins The Martins Saga Minha vó Olindina era uma sertaneja forte. Casada com João Martins, resistiu por muitos anos à seca severa do Nordeste.   Mas no início da década de 1930, a caatinga venceu a família. A fome, as doenças e a escassez bateram forte à porta. “Vamos para o Sul.” — disse meu avô. Venderam o pequeno sítio em Lajes, no Rio Grande do Norte, e partiram em busca de um novo começo. A jornada seria longa e difícil. Durante dez dias, meus avós, sete filhos pequenos e alguns retirantes chacoalharam na carroceria de um velho caminhão “pau de arara”. Dormiram ao relento e comeram feijão com farinha na companhia de cobras, calangos e escorpiões. No último trecho da viagem, o caminhão quebrou. Meu avô e o motorista seguiram a pé até a cidade mais próxima para buscar ajuda. Durante dois dias, minha avó ficou sozinha, cuidando das crianças e dos idosos. As dificuldades que enfrentaram fortaleceram meus avós e os prepararam para a nov...

Vô Jeronimo - A Tribute to My Grandfather Jerônimo

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No início do século passado, meu querido avô Jerônimo trabalhava na Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. Era tempo de glória para a cidade de Bauru... Os trens, modernos e vigorosos, cruzavam os trilhos levando sonhos e passageiros em suas composições elegantes. Mas, além de ferroviário, ele também era um artista. Um fotógrafo talentoso... e um pintor extraordinário. Passava horas em seu pequeno estúdio, criando telas magníficas — cheias de vida, de cor e de devoção. Seu estilo era de um realismo acadêmico muito virtuoso e belo. Pintava temas religiosos e sua grande paixão era fazer naturezas-mortas: frutas e flores muito realistas, com cores vibrantes e perfeição nos detalhes. Também não cheguei a conhecer meu avô paterno, mas ele deixou uma herança maravilhosa para mim: Seu nome e sua verdadeira paixão pela arte. Minha gratidão, querido Vô Jerônimo. Se você gosta de histórias ilustradas como esta, me siga no Instagram para ver  reels criativos e bem-humorados.  @jerrygracian...

O mongol e o gavião - The Mongol and the Falcon

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  O mongol e o gavião The Mongol and the Falcon Ilustração realizada em aula online com alunos de nível intermediário. Nesta atividade, utilizamos uma fotografia como referência, o que ajuda a compreender melhor proporção, luz e composição. Começamos com um esboço rápido para definir o enquadramento geral e equilibrar os elementos principais da cena. Gosto de iniciar com um lápis HB, marcando levemente as linhas de construção e contorno. Nesta etapa, não buscamos detalhes — o importante é captar o movimento, a distribuição das formas e a harmonia entre as figuras. O foco está em “ver o todo” antes de mergulhar nas partes. Quando todos finalizam o esboço e estão satisfeitos com o resultado, passamos à etapa de finalização. Utilizamos uma caneta nanquim 0,4 mm para reforçar os contornos e definir os detalhes — uma fase que exige paciência e precisão. Com o desenho delineado, damos vida à cena com canetas permanentes de dupla ponta. Elas são ideais para ilustrações expressivas, por su...

O Cavaleiro The Knight

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O Cavaleiro The Knight Ilustração realizada com lápis grafite HB, 6B e esfuminho nº 2, desenvolvida junto com alunos intermediários em uma de nossas aulas online. No início da aula, costumo propor um treino com foco em uma técnica específica. Dessa forma, alternamos temas e níveis de dificuldade, garantindo a evolução contínua do aluno e evitando a monotonia do aprendizado. Para este exercício, decidimos trabalhar com o grafite. O processo começa com um esboço bem leve, feito com o lápis HB, concentrando-se no formato geral e na proporção da figura. Nesta etapa inicial, sempre reforço a importância de construir a base do desenho sem distorções, com linhas suaves que possam ser facilmente ajustadas. Depois de revisar as medidas, inclinações e linhas principais, passamos para o lápis 6B, que permite marcar melhor os contrastes e definir os contornos. Em seguida, com o auxílio do esfuminho nº 2, criamos áreas de sombreamento médio e degradês suaves, responsáveis por dar a sensação de volu...

O Clone do Fusquinha The Beetle’s Doppelgänger

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M O Clone do Fusquinha The Beetle’s Doppelgängerpp Depois dos perrengues com a Harley 125 , meu fusquinha virou um parceiro inseparável. A qualquer hora, pra qualquer lugar, ele não me deixava na mão. Dei um super trato nele: direção Fórmula 1 , câmbio de bola , rodinhas tala larga , escapamento Kadron … uma verdadeira joia sobre rodas! E foi justamente com ele que vivi uma história inusitada. Aconteceu numa noite de carnaval . Eu, minha namorada e a cunhadinha decidimos ir a um clube brincar o carnaval. Tudo correu bem: a banda era boa, animada, e a galera estava eufórica. Confesso que tomei umas cervejinhas a mais, como todo jovem despreocupado faria. Mas, quando a festa acabou, já me sentia pronto para voltar ao volante do meu fusquinha… bem, talvez um pouco atrapalhado. Fomos até o estacionamento — um terreno escuro ao lado do clube. Peguei a chave do bolso, combinamos de passar num carrinho de lanche e pedir um x-salada com coca . Entramos no fusquinha, dei partida e vrummm...

Estudos rápidos com pincel/caneta Quick Studies with Brush Pen

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                Estudos rápidos com pincel/caneta                  Quick Studies with Brush Pen 15 de setembro de 2025 Este é um exercício muito eficiente e divertido, que aplicamos tanto nas aulas presenciais quanto nas online. É prático, rápido e prazeroso para o aluno, além de ser um excelente recurso para soltar a mão e estimular a criatividade. Utilizamos folhas sulfite e um pincel/caneta do tipo soft brush pen , bastante usado em aquarela . A ideia é treinar de forma simples, sem grandes preparações, para que o foco esteja no gesto e na criação. Quando o aluno já alcança o nível intermediário e tem um bom domínio da anatomia , iniciamos esse treino com uma proposta ainda mais criativa: vários estudos aleatórios, priorizando a imaginação e a construção de personagens. Os temas são sempre variados — personagens medievais , guerreiros , soldados , monstros saídos do imaginário e até alienígenas . O ...

Tartarracha – The Gordini Race

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  Tartarracha – The Gordini Race Década de 1970. Os jovens buscavam emoções em qualquer esquina: um violão, uma lambreta, um toca-fitas com rock and roll, e pronto, a vida já tinha trilha sonora. Meu primo, tão sonhador quanto eu, queria ser piloto. Só havia um detalhe: no interior, opções de corridas eram raras. Até que surgiu uma ideia genial, daquelas que só podem nascer entre amigos cheios de entusiasmo: — “Vamos fazer uma corrida só de Renault Gordinis !” E não é que aconteceu? O palco escolhido foi o antigo Hipódromo de Bauru , já em ruínas, mas com uma pista de terra prontinha para receber a aventura. Meu primo tinha um Gordini azul, modelo 1964 . Adaptação básica: santo-antônio instalado, suspensão rebaixada, e lá estava ele, pronto para ser nosso herói de domingo. Meu sogro virou mecânico oficial. Eu, minha namorada e a irmã dela éramos a equipe de apoio — em um box improvisado de mato e poeira. As corridas eram eletrizantes. Gordinis colados um no outro, disputando cada...