Tartarracha – The Gordini Race

 





Tartarracha – The Gordini Race


Década de 1970. Os jovens buscavam emoções em qualquer esquina: um violão, uma lambreta, um toca-fitas com rock and roll, e pronto, a vida já tinha trilha sonora.


Meu primo, tão sonhador quanto eu, queria ser piloto. Só havia um detalhe: no interior, opções de corridas eram raras. Até que surgiu uma ideia genial, daquelas que só podem nascer entre amigos cheios de entusiasmo:

— “Vamos fazer uma corrida só de Renault Gordinis!”


E não é que aconteceu?


O palco escolhido foi o antigo Hipódromo de Bauru, já em ruínas, mas com uma pista de terra prontinha para receber a aventura.




Meu primo tinha um Gordini azul, modelo 1964. Adaptação básica: santo-antônio instalado, suspensão rebaixada, e lá estava ele, pronto para ser nosso herói de domingo. Meu sogro virou mecânico oficial. Eu, minha namorada e a irmã dela éramos a equipe de apoio — em um box improvisado de mato e poeira.




As corridas eram eletrizantes. Gordinis colados um no outro, disputando cada metro como se fossem Ferraris em Mônaco.


Naquele dia, meu primo estava inspirado: firme em segundo lugar, colado no líder. Última volta, última curva. Ele ousa, ultrapassa e... rodopia! O carro gira bonito, a vitória escapa por um fio.


Ele desceu do carro bufando, chutando pneus, inconformado. Nós, do lado de fora, ríamos até a barriga doer.




E o nome “Tartarracha”? Ah, era a melhor parte: aqueles Gordinis, na pista, lembravam muito mais tartarugas valentes do que coelhos velozes.


Memórias que valem ouro: pura emoção, com gosto de poeira e gargalhadas.





Tartarracha – The Gordini Race

1970s. Young people were always chasing thrills: a guitar, a scooter, a cassette player blasting rock and roll — and just like that, life already had a soundtrack.

My cousin, as much of a dreamer as I was, wanted to become a race driver. There was just one problem: in the countryside, racing opportunities were scarce. Until one day, a brilliant idea popped up — the kind of idea that only comes from friends full of enthusiasm:
“Let’s organize a race with nothing but Renault Gordinis!”

And believe it or not, it happened.

The chosen stage was the old Bauru Hippodrome, already in ruins, but still with a dirt track just perfect for adventure.

My cousin owned a 1964 blue Gordini. Basic setup: roll bar installed, suspension lowered — and there he was, ready to be our Sunday hero. My father-in-law became the official mechanic. My girlfriend, her sister, and I formed the support team — in a makeshift pit stop surrounded by weeds and dust.

The races were electrifying. Gordinis bumper to bumper, fighting for every inch of the track as if they were Ferraris in Monaco.

That day, my cousin was on fire: holding a solid second place, glued to the leader’s tail. Final lap, last corner. He dared, went for the pass and… spun out! The car twirled beautifully, and victory slipped away in a heartbeat.

He jumped out of the car fuming, kicking tires, completely frustrated. Meanwhile, we on the sidelines laughed until our stomachs hurt.

And the name “Tartarracha”? That was the best part: those Gordinis on the track looked far more like brave little turtles than fast rabbits.

Golden memories: pure adrenaline, flavored with dust and laughter.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

TÉCNICA DE HACHURAS

Cinco dicas de desenho para iniciantes - I can help you

DICAS IMPORTANTES P QUEM ESTÁ COMEÇANDO - Important tips for drawing well