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Mostrando postagens de 2025

A saga dos Martins The Martins Saga

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 A saga dos Martins The Martins Saga Minha vó Olindina era uma sertaneja forte. Casada com João Martins, resistiu por muitos anos à seca severa do Nordeste.   Mas no início da década de 1930, a caatinga venceu a família. A fome, as doenças e a escassez bateram forte à porta. “Vamos para o Sul.” — disse meu avô. Venderam o pequeno sítio em Lajes, no Rio Grande do Norte, e partiram em busca de um novo começo. A jornada seria longa e difícil. Durante dez dias, meus avós, sete filhos pequenos e alguns retirantes chacoalharam na carroceria de um velho caminhão “pau de arara”. Dormiram ao relento e comeram feijão com farinha na companhia de cobras, calangos e escorpiões. No último trecho da viagem, o caminhão quebrou. Meu avô e o motorista seguiram a pé até a cidade mais próxima para buscar ajuda. Durante dois dias, minha avó ficou sozinha, cuidando das crianças e dos idosos. As dificuldades que enfrentaram fortaleceram meus avós e os prepararam para a nov...

Vô Jeronimo - A Tribute to My Grandfather Jerônimo

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No início do século passado, meu querido avô Jerônimo trabalhava na Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. Era tempo de glória para a cidade de Bauru... Os trens, modernos e vigorosos, cruzavam os trilhos levando sonhos e passageiros em suas composições elegantes. Mas, além de ferroviário, ele também era um artista. Um fotógrafo talentoso... e um pintor extraordinário. Passava horas em seu pequeno estúdio, criando telas magníficas — cheias de vida, de cor e de devoção. Seu estilo era de um realismo acadêmico muito virtuoso e belo. Pintava temas religiosos e sua grande paixão era fazer naturezas-mortas: frutas e flores muito realistas, com cores vibrantes e perfeição nos detalhes. Também não cheguei a conhecer meu avô paterno, mas ele deixou uma herança maravilhosa para mim: Seu nome e sua verdadeira paixão pela arte. Minha gratidão, querido Vô Jerônimo. Se você gosta de histórias ilustradas como esta, me siga no Instagram para ver  reels criativos e bem-humorados.  @jerrygracian...

O mongol e o gavião - The Mongol and the Falcon

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  O mongol e o gavião The Mongol and the Falcon Ilustração realizada em aula online com alunos de nível intermediário. Nesta atividade, utilizamos uma fotografia como referência, o que ajuda a compreender melhor proporção, luz e composição. Começamos com um esboço rápido para definir o enquadramento geral e equilibrar os elementos principais da cena. Gosto de iniciar com um lápis HB, marcando levemente as linhas de construção e contorno. Nesta etapa, não buscamos detalhes — o importante é captar o movimento, a distribuição das formas e a harmonia entre as figuras. O foco está em “ver o todo” antes de mergulhar nas partes. Quando todos finalizam o esboço e estão satisfeitos com o resultado, passamos à etapa de finalização. Utilizamos uma caneta nanquim 0,4 mm para reforçar os contornos e definir os detalhes — uma fase que exige paciência e precisão. Com o desenho delineado, damos vida à cena com canetas permanentes de dupla ponta. Elas são ideais para ilustrações expressivas, por su...

O Cavaleiro The Knight

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O Cavaleiro The Knight Ilustração realizada com lápis grafite HB, 6B e esfuminho nº 2, desenvolvida junto com alunos intermediários em uma de nossas aulas online. No início da aula, costumo propor um treino com foco em uma técnica específica. Dessa forma, alternamos temas e níveis de dificuldade, garantindo a evolução contínua do aluno e evitando a monotonia do aprendizado. Para este exercício, decidimos trabalhar com o grafite. O processo começa com um esboço bem leve, feito com o lápis HB, concentrando-se no formato geral e na proporção da figura. Nesta etapa inicial, sempre reforço a importância de construir a base do desenho sem distorções, com linhas suaves que possam ser facilmente ajustadas. Depois de revisar as medidas, inclinações e linhas principais, passamos para o lápis 6B, que permite marcar melhor os contrastes e definir os contornos. Em seguida, com o auxílio do esfuminho nº 2, criamos áreas de sombreamento médio e degradês suaves, responsáveis por dar a sensação de volu...

O Clone do Fusquinha The Beetle’s Doppelgänger

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M O Clone do Fusquinha The Beetle’s Doppelgängerpp Depois dos perrengues com a Harley 125 , meu fusquinha virou um parceiro inseparável. A qualquer hora, pra qualquer lugar, ele não me deixava na mão. Dei um super trato nele: direção Fórmula 1 , câmbio de bola , rodinhas tala larga , escapamento Kadron … uma verdadeira joia sobre rodas! E foi justamente com ele que vivi uma história inusitada. Aconteceu numa noite de carnaval . Eu, minha namorada e a cunhadinha decidimos ir a um clube brincar o carnaval. Tudo correu bem: a banda era boa, animada, e a galera estava eufórica. Confesso que tomei umas cervejinhas a mais, como todo jovem despreocupado faria. Mas, quando a festa acabou, já me sentia pronto para voltar ao volante do meu fusquinha… bem, talvez um pouco atrapalhado. Fomos até o estacionamento — um terreno escuro ao lado do clube. Peguei a chave do bolso, combinamos de passar num carrinho de lanche e pedir um x-salada com coca . Entramos no fusquinha, dei partida e vrummm...

Estudos rápidos com pincel/caneta Quick Studies with Brush Pen

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                Estudos rápidos com pincel/caneta                  Quick Studies with Brush Pen 15 de setembro de 2025 Este é um exercício muito eficiente e divertido, que aplicamos tanto nas aulas presenciais quanto nas online. É prático, rápido e prazeroso para o aluno, além de ser um excelente recurso para soltar a mão e estimular a criatividade. Utilizamos folhas sulfite e um pincel/caneta do tipo soft brush pen , bastante usado em aquarela . A ideia é treinar de forma simples, sem grandes preparações, para que o foco esteja no gesto e na criação. Quando o aluno já alcança o nível intermediário e tem um bom domínio da anatomia , iniciamos esse treino com uma proposta ainda mais criativa: vários estudos aleatórios, priorizando a imaginação e a construção de personagens. Os temas são sempre variados — personagens medievais , guerreiros , soldados , monstros saídos do imaginário e até alienígenas . O ...

Tartarracha – The Gordini Race

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  Tartarracha – The Gordini Race Década de 1970. Os jovens buscavam emoções em qualquer esquina: um violão, uma lambreta, um toca-fitas com rock and roll, e pronto, a vida já tinha trilha sonora. Meu primo, tão sonhador quanto eu, queria ser piloto. Só havia um detalhe: no interior, opções de corridas eram raras. Até que surgiu uma ideia genial, daquelas que só podem nascer entre amigos cheios de entusiasmo: — “Vamos fazer uma corrida só de Renault Gordinis !” E não é que aconteceu? O palco escolhido foi o antigo Hipódromo de Bauru , já em ruínas, mas com uma pista de terra prontinha para receber a aventura. Meu primo tinha um Gordini azul, modelo 1964 . Adaptação básica: santo-antônio instalado, suspensão rebaixada, e lá estava ele, pronto para ser nosso herói de domingo. Meu sogro virou mecânico oficial. Eu, minha namorada e a irmã dela éramos a equipe de apoio — em um box improvisado de mato e poeira. As corridas eram eletrizantes. Gordinis colados um no outro, disputando cada...

Como fazer uma caricatura em 5 passos How to Draw a Caricature in 5 Steps

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  A caricatura é uma das formas mais divertidas e expressivas do desenho . Ela consegue transmitir alegria, ironia,  empatia,  indignação  e até mensagens políticas — tudo em poucos traços. Mais do que retratar alguém, a caricatura mostra personalidade, tanto do artista quanto do retratado. Desde as versões mais simples até as mais sofisticadas, a caricatura tem um poder especial: comunicar algo de imediato. Não é à toa que encanta crianças e adultos, despertando sorrisos e reflexões. Se você quiser se aventurar nesse universo criativo, prepare lápis e papel e  siga estes passos: 1 – Defina a base Comece com uma forma geométrica que represente o rosto: oval , círculo , quadrado ou até um retângulo alongado . 2 – Exagere o que se destaca Observe bem a pessoa. Escolha uma característica marcante e amplifique: pode ser um nariz pontudo, uma testa larga, orelhas grandes ou até um sorriso aberto. 3 – Simplifique os detalhes Menos é mais. Use poucos traços pa...

Como simplificar um desenho How to Simplify a Drawing

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                  Como simplificar um desenho How to Simplify a Drawing Para quem está começando, olhar um desenho pela primeira vez — como a figura de um músico com guitarra — pode parecer um grande desafio. Isso vale especialmente para crianças e iniciantes. Mas, com um olhar mais atento, percebemos que aquilo que parece complexo pode (e deve) ser simplificado. Como entender as linhas do desenho? Na figura do músico com guitarra, o segredo está em observar as formas geométricas que compõem cada parte. As linhas de contorno devem ser traduzidas em figuras básicas e fáceis de reconhecer. A cabeça com o chapéu pode virar um retângulo. O tronco inclinado, um trapézio. O corpo da guitarra pode ser simplificado em um círculo e um triângulo. Assim, cada parte do desenho se conecta a uma forma geométrica simples, que facilita a compreensão. Esse método ajuda a reduzir a dificuldade, melhora nossa percepção e, principalmente, traz confiança....

Minha Primeira Moto My First Motorcycle

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30 de agosto de 2025 Minha Primeira Moto My First Motorcycle Metade da década de 1970 . Eu tinha uma ideia fixa na cabeça: precisava ter uma moto. Naquele tempo, eu trabalhava como desenhista de projetos arquitetônicos e já tinha guardado algum dinheiro. Então pensei: “Pronto, chegou a hora do sonho sobre duas rodas!”. Claro que não poderia ser qualquer moto. Tinha que ser especial, diferente, cheia de estilo. A escolhida foi uma Harley Davidson 125cc preta, modelo custom , charmosa e sedutora. Um deslumbre! Mas... a vida adora pregar peças. Essa Harley importada, feita para climas frios, tinha um defeito mortal: a vela de ignição simplesmente encharcava e engasgava o motor. A cada saída, eu tinha que carregar um estoque de velas na bolsa — que, aliás, ficava tão cheia que parecia um kit de ferramentas ambulante! E veio a noite fatídica. Um rolê especial com minha namorada (hoje minha esposa). Estávamos impecáveis, de branco, para uma festa temática. Elegância pura... com velas de mo...

Minha Primeira Banda de Rock My First Rock Band

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Minha Primeira Banda de Rock My First Rock Band Éramos cinco jovens amigos, unidos pelo amor ao rock and roll . Entre conversas e sonhos, decidimos formar nossa primeira banda. Fizemos uma reunião quase solene para escolher o nome, até que alguém sugeriu: Kripta . Foi unânime — ninguém discutiu. O nome soava ousado e criativo para a época. Depois dos primeiros ensaios, percebemos que precisávamos de um cartaz para divulgar o grupo. Então veio a questão: como seria a foto oficial da banda? Alguém teve a brilhante — e meio maluca — ideia: “Vamos fotografar no cemitério, à noite! Vai ficar incrível!” Topamos na hora. O problema seria convencer um fotógrafo a encarar essa missão. A vítima escolhida foi um amigo nosso, dono da câmera ideal. Na noite marcada, seguimos para o Cemitério da Saudade , vestidos a caráter: roupas escuras, casacos pesados, botas e uma dose generosa de coragem disfarçada de pose roqueira. O maior medo não eram os fantasmas, mas sim o guarda noturno não permitir noss...